
"No fundo de cada alma há tesouros escondidos que somente o amor permite descobrir". E. Rod
Frase do dia:
sexta-feira, 9 de abril de 2010
sábado, 19 de setembro de 2009
BORBOLETAS...

domingo, 13 de setembro de 2009
Da luz... (blog: Entre Tons e Sons)

quinta-feira, 25 de junho de 2009
Queria falar-te...
Assim no escuro, só quero deixar de sentir. Adormecer como que embalada nas asas de anjo e ao acordar, que tudo fosse diferente. Conseguir perder-me em corpos estranhos nas noites perdidas que sucedem os dias, sem sentir depois, um travo amargo na boca, a errado. Abrir de vez as portas que mantenho entreabertas há tempo demais. Pelo medo de tentar e perder, pelo medo de arriscar, ao mesmo tempo que vem cá de dentro algo inexplicável que me diz para ir, para não ter medo de perder o pé, para saltar e deixar-me cair. Escancarar o peito e gritar o que sou. Sem pensar que fico exposta, delicada ou carente.
Esta noite não quero uma música que toca baixinho, que põe à prova os meus sentidos. Desligo o telefone porque não quero ouvir a voz dos outros. Não quero água quente em banhos demorados, nem luz de velas, nem desejos satânicos a povoarem-me os pensamentos. Não quero um café nem livros no regaço. Não quero nada mais além de mim, não quero outras histórias, outras vozes nem outras vidas. E deixo-me ficar assim, ouvindo de quando em vez os sons dos bichos nocturnos. Quieta. Também eu animal da noite.Quero silêncio. Para me ouvir. Para assimilar os dias intensos e perceber o que sinto. Para entender, ou simplesmente aceitar. Talvez, quem sabe assim, no silêncio, possa escutar o que o coração me grita desalmadamente, sem sossego…
Queria dizer talvez, que tenho a vida presa nas mãos vazias. Que amanhã não estarei aqui e tudo ficará num lugar escuro, como se nunca nada tivesse existido antes. Tudo o que sonhei, o que desejei e o que vivi. Resumido a nada.E nesta vida à qual me agarro, há horas em que nada posso fazer. Como se nenhum gesto houvesse para mudar o rumo das coisas, percorrendo o mundo fingindo que navego. E de repente sou vagabundo, rei num palácio de cristal. Uma vida tão cheia, sentindo-me eu tão cheia de nada. Aceitando quando os outros decidem essa vida por mim. A revoltar-me quando me dizem que o que tiver que ser, será. Como se existisse um destino cruel que me obrigasse, de um lugar que não alcanço, a viver em função da sua vontade. E cá dentro, não aceito. Não quero isso para mim. Eu posso escolher… mesmo que muitas vezes as minhas escolhas passem pelas escolhas dos outros. Falar de quando me sinto errada e perdedora, quando nada bate certo.E as horas em que aceito a vida assim, conformada, quando só me apetece gritar-lhe, contrariar o mundo, revoltada, e dizer-lhe que não, que não é bem assim. Dizer-lhe que eu sou capaz, que a vontade faz metade do caminho, que é possível. Mas olho ao redor. E afinal, estou sozinha. Já nada fica tão simples…
Queria falar das horas em que amarro a vontade de chorar. Que sinto um nó na garganta, um aperto no estômago que sufoca, como uma angustia que mói devagar. Ou falar de quando me rendo às lágrimas, vencida. Dizer que muitas vezes choro por me sentir feliz e outras rio com uma vontade que me rebenta por dentro, de chorar.
Queria falar do que sou. Daquilo que vai além do que os olhos do mundo conseguem alcançar. Que sou mar revolto em dias de tempestade, mar calmo que apazigua o peito, que sou palavras e imensidão. Que estou viva e envolvo as mãos na terra onde planto girassóis para depois pintar na janela o sorriso da alma.
Queria falar das crianças que não tive, desse amor que não dei, que não conheço, que não sei como é. Desse amor maior, que nada espera. Dizer que não construí um lar recheado de cumplicidade porque não me foi permitido. Que sou anjo ferido na asa, que não posso voar.
Queria falar da coragem que carrego algures e por vezes não sei onde está. Ou das horas de fraqueza, quando dou por mim a seguir caminhos por onde quero, mas não devo ir.Queria falar das coisas grandes que trago em mim. Das boas e das outras… de tudo aquilo que por ser maior não se pode quantificar. As coisas que sinto, apenas porque sim. Sem motivo, sem razão.
Queria falar da religião que não tenho, ou da fé que não me abandona. Que sempre me faz acreditar na possibilidade do impossível. Que me faz lutar por causas perdidas apenas porque acredito, outras vezes desistir quando já não tenho força ou percebo que certas lutas, afinal, não valem a pena.
Queria falar da solidão que carrego, por sentir que me faz falta a outra metade de mim. Ou apenas dizer que há momentos em que o tempo me prova que não volta atrás e que eu já nem sequer quero seguir em frente. Porque me vejo em encruzilhadas sem saídas que não me deixam escolher. Das horas em que não é tanto assim, que não estou só, que se estou, me habituei. E deixo de pensar nisso.
Queria falar das oportunidades que me recusaram, que eu recusei, e das outras, que neguei. Falar dos momentos em que só desejo outra chance da vida para voltar atrás e quem sabe, fazer tudo outra vez. Re-fazer. Re-sentir. Re-viver. Mas na plenitude, no melhor daquilo que posso ser.
Queria falar de todos os amores que carrego no peito. Dos que senti sem viver, dos que podiam ter sido e não foram, das esperas onde me vi esquecida. Dos amores grandes e dos encantos. Dos arrebatadores que nos levam a alma e dos envoltos em algodão doce. Das saudades que sinto de todos os amores que ainda não vivi. Dos que não vivi porque não me permitiram, dos que desisti por me obrigarem a deixá-los partir. Dos amores que morreram à nascença, dos amores com um fim determinado, antes ainda de existirem. Dos que não se tentaram, dos que ficaram no escuro de quartos de hotel que nunca viveram a luz, que ficaram nas sombras. E na memória. Dos homens que nunca consegui amar, dos que nunca consegui que me amassem. Dos que amei e perdi. Dizer baixinho, no silêncio, que a linha que separa o querer bem do querer demais, é ténue.
Queria falar que sou pássaro que voa solto para lugar nenhum. Que o meu coração é triste, mas livre e que o meu olhar não pertence a ninguém. Da liberdade que sinto e não sei o que quer dizer, nem o que fazer com ela. Das horas que estendo as asas ao vento e plano lá no alto do mundo, misturada no azul altivo do céu, mergulhando no profundo azul do mar. E falar das outras horas em que sou apenas uma alga sozinha e esquecida, perdida na orla da praia depois que baixa a maré.
Queria falar da vontade de partir. De fugir. De continuar a ser nada em qualquer outro lugar. Ir embora sem olhar para trás. Desprender-me da vida como a conheço e deixar-me levar, para longe. Abandonar-me numa qualquer berma de estrada, esquecer-me e seguir sem nunca me arrepender. Sentir que não devia, mas fiz. E renascer, depois.
Queria falar de quando sou frágil, quando preciso do abraço apertado que não tenho, quando sinto o desejo do amor não existente. Da angustia que corrói o peito, devagar. Como se começasse a morrer muito antes da vida terminar.
Queria falar de quando sou jangada à deriva no alto mar, quando o céu é negro de nuvens carregadas. Quando as ondas me ameaçam derrubar e eu, sem bússola nem porto seguro, me deixo ir. Agarrando-me àquilo que sou, cá por dentro, acreditando que a vida não pode ser só isto. Que a tempestade, irá passar.
Queria falar dos muros que o medo constrói em torno de mim, das amarras indeléveis que me prendem. E das muralhas em torno dos outros, das quais me sinto refém, mesmo estando do lado livre da barreira intransponível. Falar dos nós e dos laços que nem sempre nos deixam voar, que vivemos entrelaçados como braços que nos agarram e não nos deixam soltar. Os nós do medo… que nos aprisionam e sem darmos conta, prendem os outros que já se sentem prontos a voar.
Queria falar das coisas grandes que não me cabem no peito. Falar que estou confusa e triste… que faço mantas de retalhos de memórias numa forma vã de não chorar. Queria falar de coisas que não se dizem, mesmo querendo. Do que é imenso e não existem as palavras certas para explicar. Porque as coisas grandes exigem palavras ainda maiores, e são pequenas, as que conheço.
Queria falar mas não o faço. Fico no silêncio a ouvir o que tenho a dizer, a escutar-me. A procurar-me. A tentar perceber onde me perdi.Queria falar mas nada tenho a dizer. Não tenho voz nem vontade. Não encontro as palavras que perdi. E cansada, acabo por desistir.
Juro que queria falar… de amor e de tudo que é sublime… mas não sou capaz.
CONFISSÕES DE UMA MULHER DE 30
quinta-feira, 11 de junho de 2009
sábado, 6 de junho de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
domingo, 22 de junho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
sábado, 24 de maio de 2008
Metade...
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflicta em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é plateia
A outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Oswaldo Montenegro
*
[Encontrei este video no cantinho dos anjos,
procurei no mesmo instante o texto e publiquei aqui.
Adoro o texto e o video.]
domingo, 18 de maio de 2008
NA SALA...

Ouvia-se o barulho do mar à noite.
Talvez não estivesse ninguém na praia (que
poderia alguém estar a fazer, numa praia,
à noite?) - mas
era como se o barulho do mar tivesse, por trás,
as vozes de alguém que contasse uma história
de viagens e de ventos.
Onde se estava bem, no entanto,
era dentro de casa, onde o barulho do mar
parecia trazer as conversas de alguém,
na praia, com o vento. É verdade
que a janela estava aberta e, por trás
do muro de pedra e das árvores,
a luz de um candeeiro chegava até à praia
onde não devia estar ninguém, nessa noite
de ondas e de vento.
Podia ser o tempo das férias com efeito,
era o tempo em que se tinha férias
sem se saber bem qual a distinção entre o tempo de férias
e o outro tempo. O que se sabia, por outro lado, era
se estava alguém na praia ou não e, de noite,
ninguém devia estar na praia, embora o vento trouxesse
um ruído de conversas que se confundia com o barulho
do vento.
Nuno Júdice
sábado, 19 de abril de 2008
PEQUENO!

sopra o fumo do cigarro.
não está aí ninguém?
não.
a madeira estala.
as sombras.
são nuvens alaranjadas.
não, são bichos.
quem?
estão a dormir. deixa-os sossegados. vai para a cama.
e se me apanham no caminho?
tens medo?
tenho.
está a uivar, é um lobo.
não, é o vento.
agora tocou-me. sentiste?
cala-te
dói muito?
sim. mas cala-te. vai dormir.
Do blog Polegadas
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Blogue "Perdido na Ilha"

Excerto do Diário da Nossa Paixão - Nicholas Sparks
Blogue "A Vida" de mar_praia

Que já têm a forma do nosso corpo
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares...
É o tempo da travessia
E se não ousarmos fazê-la
Teremos ficado... para sempre...
À margem de nós mesmos...
Fernando Pessoa
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
CREPUSCULAR...

no limite da praia. Um pássaro
apanhou-a, como se fosse
um peixe, e sobrevoa as dunas
levando-a no bico. O
seu desenho é nítido, sem
as sombras da dúvida ou
as manchas indecisas da
angústia. Termina com a
interrogação, os traços do fim,
o recorte branco de ondas
na maré baixa. Subo a estrofe
até apanhar esse pássaro
com o verso, prendo-o à frase,
para que as suas asas deixem
de bater e o bico se abra. Então,
a incerteza cai-me na página, e
arrasta-se pelo poema, até
me escorrer pelos dedos para
dentro da própria alma.
Nuno Júdice
domingo, 12 de agosto de 2007
Areia...
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Súplica!
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
Miguel Torga
domingo, 15 de abril de 2007
HOJE NÃO ESTOU

Hoje não estou.
Hoje,
Não me procures em mim porque saí.
Fui passear por outras mentes.
Fui ver,
Por que pensamentos outros vagueiam,
Por que sentimentos outros se sentem,
Por que imagens outros se pensam,
Por que caras outros se apresentam,
Por que valores outros se têm,
Por que vontades outros se regem,
Por que medos outros se afugentam,
Por que motivos outros se medem,
Por que palavras outros se dizem,
Por que calores outros se aquecem,
Por isso,
Hoje não estou.
Fui passear por outros lugares.
Fui ver,
Em que folhas se escrevem outras palavras,
Em que sons se fazem outras músicas,
Em que margens correm outros rios,
Em que praias terminam outros mares,
Em que cheiros outros se deleitam,
Em que florestas outros crescem,
Em que veículos outros se movem,
Em que solos outros se firmam,
Em que areias outros se afundam,
Por isso,
Hoje não estou.
Fui procurar por outros motivos.
Para continuar.
Para continuar a falar como falo,
Para continuar a fazer o que faço,
Para continuar a escrever como escrevo,
Para continuar a percorrer os caminhos que percorro,
Para continuar a correr como corro,
Para continuar a mergulhar o mar como gosto.
Para continuar a olhar fundo nos olhos,
Para continuar a perscrutar as almas,
Para continuar a estender a mão,
Para continuar a dar-me sempre por inteiro,
Para continuar um ser incondicional,
Para continuar a pensar como penso.
Para continuar,
No fundo…
A ser quem sou!
Por isso,
Hoje,
Não me procures em mim.
Hoje não estou.
.
.
Porque há muito tempo que não estou em mim…
Porque há muito tempo que me procuro e não me encontro…
Porque ando fora de mim, sem rumo…
PORQUÊ????
.
quarta-feira, 28 de março de 2007
Dá-me a tua mão…

Os olhos querem fechar-se...
Os sons sibilam pelos cantos do quarto...
O vento corre livremente na escuridão...
Quem quer ser feliz esta noite?!?!
Vem, dá-me a tua mão!
Dançaremos a valsa da vida, na noite que jamais será esquecida...
Vem, dá-me a tua mão!
Seremos lua e luar, num mundo onde há asas para voar...
Ambos sabemos que mais ninguém nos compreende neste mar de máscaras sem fim...
Eu estou aqui!!!!
O teu raio de luz na tempestade de medos...
A tua estrela que brilha no vácuo da noite...
.
.
Ninguém!!!!
Ninguém quer ser feliz esta noite!!!!
kleppur